sábado, 23 de março de 2013

Despejo ameaça índios no litoral do RN



Despejo dos corpos, em 2.010: área deve acolher projeto de hotel.
Toma corpo entre jovens norte-rio-grandenses um movimento viral com o objetivo de pedir à justiça a reversão de uma decisão que condenou ao despejo de seus lares vários índios e caboclos Potiguara que ancestralmente residem na área da praia de Sagi conhecida como “Trabanda”, em Baía Formosa, no litoral a sul de Natal.
As belezas da faixa litorânea da área foram destacadas nesta sexta-feira, 22, ontem, em reportagem que o telejornal do meio-dia da Rede Globo de Televisão mostrou nacionalmente o potencial da praia de Sagi e adjacências, um dos principais cenários que a emissora utilizou nas gravações essenciais da novela “Flor do Caribe”, em exibição toda noite a partir das 18 horas.
PROFANAÇÃO DE CEMITÉRIO
A área submetida à ordem de despejo é o mesmo imóvel em que em 18 de setembro de 2.010 a prefeitura de Baía Formosa promoveu a destruição de um cemitério indígena situado quase à beira mar exatamente na época em que a comunidade procurava garantir seu tombamento, como patrimônio histórico, junto aos órgãos governamentais de custódia de bens culturais.
O despejo foi decretado na última terça-feira, 19, pela juíza Daniela do Nascimento Cosmo, titular da comarca de Baía Formosa, em ação promovida por um escritório imobiliário sediado em Natal.
Segundo os defensores dos índios, a petição será encaminhada simultaneamente à juíza, à prefeitura de Baía Formosa e à Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre os participantes do movimento destacam-se professores de história e ciências humanas da Universidade Federal (UFRN) que adotaram a causa depois de estudarem a situação dos descendentes de índios e Trabanda.
Segundo dizem, o cemitério profanado, na antiga “Praia de Santa Cruz das Areias”, assim batizada numa alusão ao primeiro marco da presença de catequizadores hispânicos nessa parte do litoral brasileiro, foi criado em 1.612 e vinha recebendo novos moradores até pelo menos três anos atrás.
A remoção dos restos mortais foi autorizada depois de uma longa tramitação, que começou em 2.004 quando o então Prefeito vendeu um terreno de 20,5 hectares, onde está localizado o cemitério, para o grupo B.F Investimentos Turísticos e Imobiliários Ltda.
Para mostrar que a luta de seu grupo não é nova, integrantes lembram que um ato ecumênico, celebrado por um pastor da Assembléia de Deus e por um padre da Igreja Católica marcou o início da remoção dos restos mortais.
O organizador do movimento contra o despejo, Rômulo Brasil, a decisão desta semana foi adotada num processo de reintegração de posse movimento pelo empresário Waldemir Bezerra de Figueiredo, que pretende construir um “resort” nas terras da comunidade indígena
Formada majoritariamente por pescadores e agricultores, a comunidade indígena de Sagi-Trabanda está ali há mais de cem anos, diz Brasil.

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Eletricitários
O Sindicato dos Eletricitários (Sintern) promoverá na próxima terça-feira, 26, a partir das 18 horas, em sua sede, assembléia geral extraordinária de seus associados com o objetivo de deflagrar a campanha salarial deste ano.

Impunidade
Várias instituições de representação de integrantes do ministério público e entidades da sociedade civil que se preocupam com a rês pública se uniram para promover um ato público contra a impunidade. Focado principalmente na tentativa de cerceamento da capacidade de investigar concedida ao ministério público pela Constituição de 1.988, o evento será realizado no próximo dia 12, às 9 horas, na Assembléia Legislativa, na praça 7 de Setembro, em Natal.

Constrangimento
Deve ter sido enorme o constrangimento compartilhado nesta sexta-feira 22, ontem, em Natal, pelos líderes evangélicos Robson Rodovalho, ex-deputado federal pelo Dem fluminense, e Albert Dickson, médico e vereador que preside a câmara municipal desta capital. O segundo pretendia que, vindo a Natal para proferir palestra em grande ato religioso, o primeiro recebesse no dia o título de cidadão honorário desta cidade, que havia proposto ao parlamento local. A resistência de colegas de plenário e a pressão exercida de fora para dentro por movimentos de defesa de homossexuais, que acusam Rodovaldo de ser homofóbico, forçaram Dickson a retirar a proposta de pauta na quinta-feira, quando simplesmente desapareceu da casa.   
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(Postado às 06h56m de sábado 130323)
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